
Filha de Edna Soraia Requião Rocha e Antônio Neto Rocha Pereira, nasci em Miguel Calmon uma pequena cidade do interior da Bahia, o mês de Novembro de 1993, foi a data escolhida por Deus, para que viesse ao mundo, a segunda filha de três meninas, a mais velha Thayanne Requião Rocha, eu Gabriella Requião Rocha e a mais nova Raianne Requião Rocha. A convivência contínua na casa dos meus avós, Pai Tchunchun, como chamamos carinhosamente o meu avô Antônio e mãe Deda, a minha avó Edna, nos fez conhecer e recontar as lindas histórias que ouvíamos no colo bondoso e cheio de encantos. Muito cedo aprendemos o valor dos sonhos e a importância de leva-los em nossos corações, como forma de mantê-los vivos e com o desejo aceso de conquista-los, se assim o nosso bom Deus nos permitir, como sempre afirma a minha sábia avó.
Assim, os anos se passavam e os sonhos aumentavam como também o momento de realiza-los estava mais próximo, já que, sabemos que somos frutos de uma sociedade movimentada pelos incentivos profissionais, sociais e ainda financeiros, deste modo carregávamos as expectativas e a vontade rever a situação que ficamos após a separação dos nossos pais, ainda no ano de 2006. A responsabilidade posta sobre cada uma de nós três irmãs, só aumentava e assim também como o desejo da vitória.
A euforia dada ela dura escolha de que curso deveria seguir ao final do ensino médio, não me deixava perceber o que realmente me encantava. Estava tomada pela vontade de ingressar em um dos cursos mais cogitados daquele momento. Até que em um certo dia recebi a ligação de uma mãe, que solicitava os meus serviços, para realizar um suporte em determinada disciplina para sua filha. Ela seguia a indicação de uma das minhas professoras, que também contribuiu para a minha escolha pela docência, por reconhecer nesta um perfil integro e ético no ato de ensinar, como afirma FREIRE (1999) a responsabilidade ética recorta e permeia em sua totalidade a tarefa docente.
A saída da educação básica nos deixa ainda mais ansiosos para o ingresso na vida acadêmica. Influenciada por minha família, em seguir a área da docência, eles que se baseavam nos dias em que tive a experiência de dar aulas a menina, pois perceberam a minha empolgação e contentamento em manter aquele inicial contato didático.
Quando reconheci este sentimento de desejo pela docência e as contribuições que poderia dar a esta, retornei na memória os professores que conheci e que certamente contribuíram para os caminhos que tenho seguido. Lembro-me bem ainda da escolinha da Educação Infantil, em um pequeno tempo na rede privada de ensino, recordo do carinho e afetividade da professora Diolane Rocha, chamada carinhosamente de Tia Dio. Por motivos maiores, tive que sair daquele colégio e na rede pública de ensino, no de 2001 ingressava na Escola Municipal José Lourenço, na cidade de Migue Calmon, na rua Vicente Galo.
Neste mesmo ano, na antiga 1ª série hoje 2º ano, fui aluno da professora Cibele, em 2002 na 2ª série a professora Lucineia, 3ª série a professora Noeme e em 2004 na 4ª série aluna da professora Jucinete. A escola funcionava sobre a gestão da diretora Margarida Accioly e vice- direção de Nilza Rios, bem como funcionários e docentes que colaboraram para todo o andamento e que continuam sendo pessoas conhecidas e que tempo colocou nos corredores da minha vida profissional. Atualmente, após leituras e reflexões de textos de cunho acadêmico e que buscam a formação ampla do profissional de educação, é que percebo que aquela atuação estava baseada em metodologias tradicionais e que de algum modo contribuíram para a minha formação. No entanto, é viável aqui pontuar, que a mudança de comportamento do aluno daquele processo social para a nova criança, que está interligada com as novas tendências pedagógicas que o incentivem a buscar para além do já sabido, partindo dos seus conhecimentos prévios e articulando com o que se saber.
Então em 2005 é chegada a hora de sair da escola de apenas um professor e passo então para o Colégio Estadual Polivalente de Miguel Calmon- Bahia. O fluxo maior de alunos e o consequente maior de professores nos impressionam e de imediato converte o aluno a manter um novo perfil de estudante. Durante os anos de 2005 e 2008 convivi nesta instituição escolar e verifico que estes anos colaboraram e incentivaram muito para o meu crescimento intelectual, no entanto, após as leituras e verificações noto que, me faltou neste processo algo que contribuísse para a minha formação, em especial no que se entende por aplicação e reflexão com a vida prática e contexto social em que está inserido.
Dando continuidade ao processo de formação na educação básica, após fechar o ciclo do ensino fundamental II, foi que optei por mudar de escola e realizar nos anos de 2011, 2012 e 2013 o ensino médio, no Colégio Estadual Nossa Senhora da Conceição, estes anos me possibilitaram conhecer professores comprometidos e responsáveis pelo fazer docente, e então pude reconhecer nestes uma identidade profissional e ética, pois estavam intimamente relacionados com a profissão e este aspecto era notado por nós alunos, que certamente tivemos estes docentes como parâmetros para a escolha da profissão. Segundo FREITAS; SALES; BRAGA E FRANÇA (2014)
“As duas dimensões envolvidas no processo de socialização pelo qual aprendemos a nos tornar professor: a pessoa e a profissional. A primeira reconhece a influência de elementos de natureza biográfica no modo como nos constituímos profissionalmente e a segunda destaca a formação e suas relações com os saberes de experiência da docência.”
Como dito, estes profissionais contribuíram como norteadores pela escolha da profissão, de modo a permitir uma análise crítica dos posicionamentos tomados para assim me manter construindo a minha teia profissional PIMENTA; LIMA (2004) reforçam este posicionamento, como exemplo abaixo.
“Muitas vezes nossos alunos aprendem conosco nos observando, imitando, mas também elaborando seu próprio modo de ser a partir da análise crítica do nosso modo de ser. Nesse processo escolhem, separam aquilo que considera adequado, acrescentam novos modos, adaptando-se aos contextos nos quais se encontram. Para isso, lançam mão de suas experiências e dos sabedores que adquiriram.”
A conclusão do ensino médio deixou marcas e o desejo constante do retorno para aquela instituição assim, me deparo com o vestibular, e ao não encontrar o curso que seria a minha base no final do ensino médio, não ingressei na universidade no ano seguinte (2012) somente em 2013, que optaria por pedagogia, pela Universidade Norte do Paraná ( UNOPAR), neste mesmo ano consegui um emprego na gestão da Escola Gustavo de Andrade, no mesmo município de Miguel Calmon. Assumi a função de secretária escolar e desde então, notava a necessidade de um olhar apurado sobre cada aluno e o contexto em que ele está inserido como forma de garanti-lo educação digna e em sua completude. Um ano de experiência na gestão escolar e então recebi o convite como professora na Educação Infantil, no colégio Pitágoras em Miguel Calmon.
Movida pelo amor por crianças e o sonho em ser docente, aceitei o convite de lecionar, ingressei no ano de 2014 e tenho o orgulho de atuar até o presente momento. Lá tenho percebido a cada momento a importância de uma atuação subsidiada teoricamente, pois lidamos com vidas e formação de sujeitos, necessitamos de um compromisso com formação continuada e mediação consciente.
“Com isso, abre perspectiva para a valorização da pesquisa na ação dos profissionais colocando as bases para o que se convencional denominar, professor pesquisador de sua prática .
Assim, encontramos em Schon uma forte valorização da prática na formação dos profissionais, mas uma prática refletida, que os possibilita responder com situações novas, as situações de incerteza e indefinição.”
Neste mesmo ano de 2014, mais uma vez fui agraciada com a provação por vestibular na Universidade do Estado da Bahia ( UNEB) as ideias começaram a se amarrar cada vez mais e percebo a cada dia, a cada componente, a cada leitura que escolhi a graduação que realmente me convida a viver uma profissão que não se dissociará das minha vida, pois continuo acreditar que está continua a ser a profissão capaz de formar todas as outras. Cabe-nos, no entanto, acreditar nesta e valoriza-la de modo a manter-se capacitado e envolvido com o processo de constantes aprendizagens como nos afirma FREIRE (1999) que o professor aprende, ensinando e ensina aprendendo.
Isso nos faz mais humanos, éticos e profissional sedentos e ansiosos por caminhos que nos levem a encontrar formar para alcançarmos os objetivos na formação de novos sujeitos.

