
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA-UNEB
Departamento de Ciências Humanas- Campus IV- Jacobina
C.C: Estágio Curricular Supervisionado I
Professora: Ana Lúcia Gomes
Discentes: Joiane Santos, Julho de Oliveira, Luciana Alves e Luciana Freire
Turma: 5º Semestre - Letras Vernáculas
Reflexão do Grupo de Estudo 4
TEXTO:
PERFIL CONTEMPORÂNEO DO PROFESSOR DE LÍNGUA: UM PESQUISADOR
O referido texto aborda questões de reflexões acerca do ensino de língua nas escolas e da formação dos profissionais de língua, visando assim encontrar alternativas para a concretização do papel do professor pesquisador e através de um trabalho sociointeracionista contribuir para a prática de leitura bem como a produção de texto no âmbito escolar.
Também traça uma linha esquematizada de sugestões de como trabalhar a língua nas aulas de português, tendo o texto como objeto de estudo, e enfatizando o uso de metodologias que priorizem propostas que facilitem a interação das práticas de leituras de produção textual e da análise linguística. Metodologias essas que priorizem os novos recursos semiótico para propor ao aluno a capacidade em lidar com a linguagem tornando-se assim sujeitos hábeis na compreensão e construção de significados por meio de atividades de leitura e escrita.
A função do professor de língua é criar estratégias que possibilitem ao aluno construir e refletir sobre variados gêneros textuais, utilizando métodos que facilitem esses desenvolvimentos como, por exemplo: propor trabalhar com projetos, roteiros de leituras, escrita, meios de expressar a oralidade para que o aluno supere as dificuldades que prejudicam sua qualidade de expressão. O ato da leitura deve ser vivenciado ao longo da vida do indivíduo para que o mesmo tenha habilidades de interpretação e compreensão do mundo que o cerca.
É notório que os processos de desenvolvimentos dos estudantes de língua estejam interligados ao ensino veiculado pelas universidades, que por sua vez, devem contribuir para uma visão inovadora de como desenvolver competências entre as habilidades de leituras e escritas na teoria e na prática. Desse modo, diante de um contexto insatisfatório do ensino de língua, especificamente o letramento linguístico e literário, surgem vários questionamentos de como as universidades estão preparando esses professores para atuar nessa área da educação, além de implicar mudanças de postura na elaboração e execução dos currículos de letras, pois, é durante o processo de formação que o profissional define e se apropria de competências norteadoras para direcionar sua carreira profissional com segurança e competência, visando assim, construir o conhecimento junto aos alunos para que o mesmos possam desenvolver habilidades críticas ao longo de sua trajetória de aprendizagem educacional.
No âmbito educacional superior, podemos citar a instituição em que estudamos, a Universidade do Estado da Bahia – UNEB – Campus IV, a qual dispõe de projetos que refletem a formação docente em sua amplitude, propiciando o acesso à prática, à pesquisa e a extensão, dentre estes podemos citar o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID - uma iniciativa de inserção do aluno na educação básica, propiciando o aperfeiçoamento através da reflexão da prática, bem como intervenções. Há também o Programa de iniciação científica, que proporciona a investigação, reflexão e conhecimento conceitual acerca de específicas áreas a serem pesquisadas, contribuindo para a formação e exercício entre teoria e prática, e também o Projeto de Extensão, o qual promove a extensão de práticas, alcançando a sociedade e locais impensáveis. Esses projetos contribuem de forma relevante para a formação docente, abrangendo inovações, discussões e reflexões sobre o exercício de lecionar. Não podemos deixar de fora a importante função da disciplina de Práticas pedagógicas e Estágios, as quais contribuem com excelência na formação do profissional, incitando à pesquisa e buscando contemplar a constituição da identidade docente, através das teorias, das pesquisas e das práticas. Assim, espera-se que este profissional possa contribuir para a transformação, na educação, que se espera.
Contudo, a partir das reflexões apresentadas, tivemos o intuito de identificar que o aprendizado e o trabalho com textos em sala de aula são de grande importância, pois possibilita ao aluno um vasto acervo cultural, social, ideológico e interpretativo diante de um meio social. E cabe aos professores de línguas possibilitarem aos alunos fazer diferentes leituras dentro de um contexto das metodologias inovadoras e norteadoras que possibilitem uma produção textual nas escolas. E cabem as universidades preparar esses professores para saberem lidar com as dificuldades dos futuros alunos dentro da sua trajetória educacional. Pois, é trabalhando dentro dessa perspectiva que contribuiremos para formar cidadãos críticos e conscientes de seu papel na sociedade. O professor contemporâneo de língua deve ser um mediador entre o texto e o aluno, é fundamental que o professor instigue ao aluno desenvolver a sua capacidade crítica de analisar os textos e fazer reflexão sobre os mesmos, e, ao mesmo tempo na prática da produção escrita e na comunicação com o meio social, e de não ser apenas uma atividade mecânica e automática de decoração para responder as provas. A leitura e a escrita são de grande importância na vida do aluno, não por obrigatoriedade na aula de português, mas por necessidade social. Cabe ao professor também que ele seja um pesquisador, e não deve utilizar em sala de aula somente o ensino tradicional, mas buscar conhecer a variedade de mudanças que ocorrem na linguagem e adaptar a necessidade de cada aluno. Para tal exercício e excelência, o currículo do curso de letras precisa executar mudanças, para que o futuro professor não seja orientado somente na teoria, mas desenvolver na prática orientações didático-pedagógicas que o ajudem em suas dificuldades da realidade diária e melhorar na qualidade do ensino da língua.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA-UNEB
Departamento de Ciências Humanas- Campus IV- Jacobina
C.C: Estágio Curricular Supervisionado I
Professora: Ana Lúcia Gomes
Discentes: Aline Oliveira, Angélica Magalhães, Elismar Almeida, Joiane Santos e Luciana Alves
Turma: 5º Semestre - Letras Vernáculas
Reflexão do Grupo de Estágio de Observação
TEXTO:
O ENSINO DE LITERATURA NA EDUCAÇÃO BÁSICA: UM ESTUDO EM ESCOLA PÚBLICA DE ALFENAS, MG
Um estudo realizado em uma escola pública de Alfenas – MG, a fim de investigar o fracasso no ensino de Literatura na Educação básica, resultou na comprovação de dados insatisfatórios, transpostos em “um jogo de culpa” entre professores e alunos. A pesquisa foi realizada por meio de instrumentos como questionários, tais respondidos pelos professores e alunos de ensino médio e os resultados foram expostos através de gráficos a fim de facilitar a interpretação dos mesmos.
O questionário foi constituído pelas seguintes perguntas (aos alunos): “ 1 - Você gosta de ler? Comente; 2- Você sabe para que serve a disciplina de Literatura? 3- Quantos livros de Literatura você leu em 2012? 4 - Você considera que o Ensino de Literatura em sua escola é satisfatório? Comente; 5 - Quais sugestões você daria para melhorar o ensino de Literatura em sua escola? 6- Na sua opinião, o ensino de Literatura na escola deve: ( )Ser ampliado ( ) Continuar como está ( ) Acabar.”; (aos professores): 1- O (a) Sr.(a) considera que o tempo destinado ao Ensino de Literatura na Educação Básica é suficiente? Comente; 2- De seu ponto de vista, quando deveria iniciar o Ensino de Literatura na Educação Básica? 3- O (a) Sr. (a) poderia apresentar as três principais causas, de seu ponto de vista, para que os alunos em sua maioria, não tenham desenvolvido o hábito da leitura? 4- Quais são as suas maiores dificuldades para desenvolver seu trabalho com Literatura na escola? 5- O (a) Sr. (a) daria que sugestões para que o Ensino de Literatura melhorasse em nossas escolas?
Os resultados entre os alunos apontam contradições entre alguns questionamentos, principalmente no que tange o gosto pela leitura e os livros lidos durante o ano. Diante da funcionalidade do ensino de Literatura, os jovens afirmam ser relevante para a aquisição e ampliação de conhecimentos, mas alegam insatisfação perante o ensino atual obtido, citando alguns fatores causais como o não acesso a livros, a falta incentivo à leitura e até a baixa quantidade de aulas da disciplina. Este último argumento também foi citado pelos professores, que afirmaram tempo insuficiente ao ensino, uma vez que há ainda o ensino de literatura compreendido na disciplina de Língua Portuguesa, atribuído a um único professor, devendo este, abranger a gramática, a redação e a literatura. Quanto a falta de incentivo, os professores alegam, além da falta de apoio familiar, a precariedade de matérias que auxiliariam numa melhor qualidade da aula, como livros literários dentro da escola (biblioteca), espaços para leitura (sala de leitura), entre outros. Talvez assim, a obtenção destes reverteria em melhorias o atual cenário do ensino de Literatura.
Sabemos que a Educação Básica sofre com a falta de recursos materiais e infra estruturais, mas não podemos permitir que os nossos alunos sejam prejudicados. Contudo, deve-se repensar a atuação profissional imersa no ensino, especificamente o da Literatura, levando em consideração ser uma disciplina que possibilita, através do contato e estudo de diversos textos, a construção e/ou aperfeiçoamento do senso crítico. Traçar objetivos e planejar as aulas buscando contemplá-los seria uma ótima oportunidade. Atualmente, a escola e os textos literários vêm perdendo espaço para as mídias e redes sociais, os campos das tecnologias encantam e alienam cada vez mais o nosso alunado, no entanto, o professor pode utilizar desse fator “concorrente”, tornando-o um aliado. O entorno da instituição também poderia se tornar território educativo, já que é precário os recursos para pesquisas e explanações fora da cidade, a própria cidade poderia ser campo de pesquisa. Assim, as aulas despertariam o interesse da turma e o ensino-aprendizagem teria uma melhora significativa. É evidente também a relevância da real participação da família, da instituição e dos alunos, os quais possuem responsabilidades dentro da dimensão escolar e formativa.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA-UNEB
Departamento de Ciências Humanas- Campus IV- Jacobina
C.C: Estágio Curricular Supervisionado I
Professora: Ana Lúcia Gomes
Discentes: Aline Oliveira, Angélica Magalhães, Elismar Almeida, Joiane Santos e Luciana Alves
Turma: 5º Semestre - Letras Vernáculas
Reflexão do Grupo de Estágio de Observação
TEXTO:
O ENSINO DA LITERATURA NA EDUCAÇÃO BÁSICA: DA CRISE DA PERSPECTIVA TRADICIONAL AO DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PARADIGMAS METODOLÓGICOS
1 - Contextualize o cenário do ensino da literatura na Educação Básica, considerando: o contexto que originou as críticas ao paradigma historicista;
A Literatura na Educação Básica tem inicio na década de 1970 no Brasil marcada por uma visão de “leitura como meio” com a função de transmitir a norma culta, conservar e defender a língua materna, inculcar valores morais cívicos e levar à ascensão social e pela difusão de um patrimônio cultural. A partir da década de 1970, esse patrimônio se transforma em objeto de ensino do então 2º grau, que adota uma perspectiva cronológica, e o texto literário passa a ser fortemente utilizado para o ensino da língua materna e da gramática (ZILBERMAN, 1991). Lajolo (1982) faz críticas à utilização do texto como pretexto, ou seja, como intermediário para aprendizagens diversas que desconsideram o próprio texto em si.
O ensino literário se pauta nas escolas literária e o texto chega pronto como elemento de aprendizagem e não como objeto de discussão tornando a critica distante do contexto escolar, o texto é considerado um elemento pronto e não cabe análise. Sob a ótica Baktiniana o texto literário ganha um novo olhar, Cosson (2006) reúne didaticamente os diferentes paradigmas teóricos sobre leitura em três grandes grupos: o primeiro centra-se no texto e identifica a leitura com a decodificação do código linguístico (ler é extrair sentido e dominar o código é a condição básica para efetivar a leitura); o segundo centra-se no leitor, que, levantando hipóteses, realizando antecipações e mobilizando seu conhecimento de mundo e sobre as convenções da escrita, atribui sentidos aos textos; o terceiro grupo não desconsidera os aspectos cognitivos que envolvem o processo de leitura, porém passa a ver este último não como elemento isolado/individual, mas como parte dos processos interação verbal entre indivíduos social e historicamente situados.
Tais considerações são relevantes para o ensino de Literatura na medida em que se entende que a interação do aluno com o texto literário deve levar em conta aspectos estéticos, culturais, éticos que contribuirão para a constituição de sua identidade e subjetividade.
2 - Apresente as propostas metodológicas dos autores (Bordin e Aguiar, 1993), Casson (2006) e Casson e Paulino (2009) para o ensino da literatura na educação básica, considerando o letramento literário.
Para Bordini e Aguiar (1993), o enfraquecimento do ensino tradicional de Literatura é fruto do pouco conhecimento literário dos professores, mas também da ausência de uma perspectiva metodológica que oriente o ensino. A pluralidade e a mutabilidade dos valores, culturas e instituições, contudo, não permite o engessamento do ensino em um único percurso metodológico. Daí que a proposição de uma metodologia deverá contemplar essa diversidade, evitando atitudes autoritárias por parte dos professores e abrindo caminho para a flexibilização do ensino de forma a atender às diferentes necessidades dos grupos de estudantes (BORDINI; AGUIAR, 1993).
O letramento literário, que pode ser definido “como o processo de apropriação da literatura enquanto produção literária de sentidos” (COSSON; PAULINO, 2009, p. 67, grifo dos autores). O letramento literário caracteriza-se como processo, pois não pode ser delimitado a um único período, dá-se ao longo da vida e abrange situações escolares e extraescolares. O uso da palavra “apropriação” indica uma incorporação, uma construção de um universo literário próprio que está ao mesmo tempo interligado à comunidade de leitores na qual o indivíduo se insere. Essa apropriação não diz respeito ao conhecimento do cânone: nesse movimento de apropriação, o leitor atualiza e constitui sentidos para os textos lidos.
O letramento literário, assim, apresenta especificidades e singularidades advindas de procedimentos característicos das práticas sociais de escrita e leitura às quais se refere: a) “a interação verbal intensa que a apropriação da literatura demanda” (COSSON; PAULINO, 2009, p. 68-69); a literatura opera em um universo construído fundamentalmente por palavras, estabelecendo uma interação intensa entre o sujeito (seja o que lê, seja o que escreve) e a linguagem. b) “o (re)conhecimento do outro e o movimento de desconstrução/construção do mundo” (COSSON; PAULINO, 2009, p. 68-69); a escrita do texto literário apresenta-se como forma de dialogar com outras experiências e culturas e de compreender o mundo, o outro e a nós mesmos, contribuindo para a construção de nossas identidades, através de um processo de constantes reelaborações interpretativas.
3 - Com está sendo o ensino da literatura na educação básica, segundo os autores do texto? E para vocês como está o atual cenário nas escolas sobre o ensino da literatura?
Após um longo percurso de discussão e da constatação por diversos estudiosos das carências e lacunas que caracterizam o ensino tradicional de Literatura, torna-se evidente que o objetivo do ensino desse objeto deixou de ser o domínio, por parte do estudante, de uma sucessão de autores e escolas literárias, ou a transmissão de um patrimônio consagrado (do cânone), e passou a ser a formação do leitor de Literatura. Essa nova compreensão do ensino de Literatura situa-se em um contexto multifacetado que se configura por estímulos advindos de diversas áreas, não só ligadas aos Estudos Linguísticos e Literários, mas também às teorias da Psicologia da aprendizagem e do currículo.
Ao observar a escola atualmente, é notório a ausência do ensino de literatura como literatura. Os currículos escolares não comtemplam a obrigatoriedade sendo que somente no ensino médio estuda-se as escolas literária. O que podemos considerar de avanço é quando observamos a Literatura Marginal, Literatura Contemporânea literatura Norte Americanae novos formatos de produção e difusão literária, fora deste ambiente a literatura ainda é considerada objeto de saber que não pode ser alcançado pela sociedade fora da universidade.
4 - Aponte proposições de como deve ser o ensino da literatura na educação básica a partir dos estudos realizados, do debate da aula de hoje e suas experiências.
Ao refletir sobre o ensino de Literatura deve levar em conta as implicações das diferentes concepções de linguagem e de língua para as práticas de leitura desenvolvidas no ambiente escolar, bem como os modos como foram se concebendo o processo de ensino aprendizagem e o currículo escolar a partir das contribuições das teorias críticas. O ensino de literatura deve atentar para as particularidade da escrita dentro dos contextos avaliando os textos e contextos.
A atuação da escola na formação literária deve estabelecer vínculos entre a experiência do aluno, a cultura do grupo a que pertence e os textos a serem lidos. Essa atitude propiciará um espaço de reconhecimento para os estudantes nos textos e abrirá caminho para a ampliação de seus horizontes culturais.
O ensino literário é responsável pela formação crítica e social do aluno, portanto deve-se levar em consideração todo contexto sócio histórico, metodológico para estabelecer currículos escolares no que concerne ao ensino de literatura.
Texto 02 – Estratégias didático - metodológicas para o ensino da leitura do texto literário.
1- Apresente as principais ideias da autora quanto ao ensino do texto literário na escola;
A autora propõe um ensino não estruturalista em que apenas a forma ou a linguagem seja estudada, que não haja apenas uma decodificação, mas que o aluno consiga entender como o texto diz o que diz, consiga interpretar o texto e fazer relação com outros textos e com aspectos extratextuais. A autora aponta também a importância da finalidade do texto literário e o conteúdo específico para determinado público. Que a principal proposta seja ampliar o prazer e o gosto pela leitura e que a decodificação não afaste os alunos dos livros.
2- Segundo a autora quais as concepções de leitura e literatura e como está sendo realizado o trabalho com a leitura do texto literário?
Há algumas estratégias e metodologias que podem fazer com que os alunos se sintam confortáveis com a leitura de textos. A leitura do texto literário permite que os alunos desenvolvam, a partir de leituras feitas na escola, o gosto pelo literário e o potencial crítico e reflexivo necessários para o desenvolvimento do gosto e do refinamento estético. Acima de toda e qualquer estratégia está o gosto leitor do professor. O professor, enquanto leitor, precisa ser assíduo a este hábito e precisa conhecer um vasto repertório de autores e textos que sirvam para a faixa etária com a qual trabalha. Infelizmente, esta não é uma realidade nas escolas brasileiras. Muitas pesquisas apontam que, no trabalho realizado em sala de aula, as concepções de transmissão e repetição de conteúdos ainda são o centro de todo o trabalho. Além disso, muitos professores demonstram pouco conhecimento da produção literária para crianças e jovens e, portanto, não utilizam esses materiais de leitura em seu cotidiano. Para Aguiar e Bordini (1993: 34), “o esvaziamento do ensino de literatura se acentua, portanto, não só pelo pequeno domínio do conhecimento literário do professor, mas também pela falta de uma proposta metodológica que o embase”. Segundo Geraldi (2004), o sucesso da leitura teria como primeiro passo trazer para a escola o prazer de ler e o respeito aos conhecimentos e leituras anteriores do aluno. É importante que se reconheça que nenhum leitor inicia o seu percurso a partir dos clássicos, o que significa que os professores devem instigar seus alunos a fazerem o maior número de leituras possíveis, mesmo que eles ainda não correspondam a todas as expectativas do professor.
3- A pesar do tratamento escolarizado dada a literatura, como deve ser seu ensino na Educação Básica? Fundamente sua resposta.
A autora defende quatro etapas: a motivação, a introdução, a leitura e a interpretação. O aluno precisa ser motivado a ler, precisa conhecer o que vai ler, precisa ler produzindo sentido e precisa, principalmente, interpretar, entender o que leu, relacionar com outros textos, buscar um sentido próprio, perceber como a literatura atua no ser humano. Apesar de supostamente se “ensinar” Literatura, esta precisa ser entendida como fenômeno artístico, carregadas de valores, crenças, ideologias e ponto de vista de seus autores, que buscam enriquecer as experiências de leitores que os leem.
4- Elenque as principais estratégias didático-pedagógicas apresentadas pela autora, para o ensino da literatura a partir do texto literário, considerando: objetivos do letramento literário para os estudantes, planejamento e atividades significativas.
Rildo Cosson, em Letramento literário: teoria e prática, de 2006, apresenta a professores dois modelos de sequências: uma básica (para o Ensino Fundamental) e uma expandida (para o Ensino Médio). Além das duas sequências, o autor fundamenta sua pesquisa em três técnicas: a técnica da oficina, a técnica do andaime e a técnica do portfólio. A primeira direcionada para o modo e lugar como os textos serão apresentados; a segunda para a troca de conhecimentos entre professor e aluno; e a terceira para o registro das observações e atividades. As três técnicas apresentam-se válidas para a interação entre aluno - texto literário – professor, pois possibilitam o diálogo e a troca de experiências entre os envolvidos. A sequência básica compreende quatro etapas: 1) Motivação (preparação do aluno para a leitura do texto literário); 2) Introdução (apresentação do autor e da obra); 3) Leitura (acompanhamento da leitura por parte do aluno e do professor); 4) Interpretação (construção coletiva, por parte de alunos e professores, do sentido do texto). A etapa da interpretação é vista como resultado das etapas anteriores e, para Cosson (2006: 65), na escola é preciso compartilhar a interpretação e ampliar os sentidos construídos individualmente. A razão disso é que, por meio do compartilhamento de suas interpretações, os leitores ganham consciência de que são membros de uma coletividade e de que essa coletividade fortalece e amplia seus horizontes de leitura. A sequência expandida tem as mesmas etapas da sequência básica. No entanto, na expandida há dois momentos de interpretação. O primeiro é a compreensão global dos textos, incluindo alguns aspectos formais e o segundo é o aprofundamento de um dos aspectos do texto que seja necessário para os propósitos do professor. Na fase de expansão da sequência, Cosson (2006) enfatiza a importância de se destacar os processos de intertextualidade, explorando os diálogos possíveis com outras obras, tanto as que a precedem quanto as que lhe são posteriores.